Reprodução humana: Os desafios, as conquistas e os mitos
Postado em: 20/11/2023
A Reprodução Humana Assistida (RHA) é definida como qualquer procedimento que envolva a manipulação de óvulos, espermatozoides ou ambos fora do corpo humano. Isso inclui inseminação artificial, também conhecida como inseminação intrauterina e a fertilização in vitro e ambas com estimulações ovarianas (com medicamentos). Atualmente, cerca de 4% das gestações ocorrem por alguma técnica de reprodução humana assistida.
Quando considerar a reprodução humana?
A orientação é cogitar essa possibilidade se um casal, com mais de 30 anos que não obtive sucesso na gravidez após um ano de tentativas. Mas, a maioria das recomendações para reprodução humana podem também ser consideradas quando o casal não deseja esperar mais tempo.
E, a partir dos 35 anos, a fertilidade feminina tende a diminuir, bem como, aumenta-se o risco de de crianças com síndromes genéticas, deste modo, a partir desta idade recomenda-se não esperar mais que 6 meses de tentativas naturalmente.
Anteriormente ao início do tratamento é feita avaliação clínica abrangente e exames. A RHA é recomendada se o homem apresentar ausência ou contagem muito baixa de espermatozoides, ou se a mulher enfrentar problemas persistentes na ovulação ou obstrução das trompas, por exemplo.
O que é inseminação artificial?
A inseminação artificial envolve o uso de sêmen do parceiro, processado para selecionar espermatozoides móveis, ou sêmen de um doador. Assim, o esperma lavado e processado é aplicado no útero através de um tubo estreito. Recomendada para casos como cicatrizes no colo, ou em situações de contagem de espermatozoides móveis discretamente reduzidas, as taxas de sucesso variam de acordo com a causa específica da infertilidade.
O que é fertilização in vitro?
A fertilização in vitro (FIV) é definida por junção de óvulos e espermatozoides fora do corpo da mulher, resultando na formação de embriões. Em seguida, o embrião é transferido para o útero, onde pode se implantar, levando à gravidez. O processo envolve as etapas:
- Estimulação da ovulação: injeção de medicamentos por 8 a 12 dias.
- Recuperação dos óvulos após maturação. Eles são deixados em uma incubadora especial.
- Se os espermatozoides são saudáveis, são colocados em cultivo com os óvulos e ficam armazenados em uma incubadora especial.
- Caso os espermatozoides não penetrem nos óvulos, é realizada uma ICSI (injeção intracitoplasmática de esperma).
- Finalmente, os embriões que evoluírem são transferidos para o útero. A taxa de gravidez múltipla aumenta quando se utiliza a fertilização in vitro e mais de um embrião é implantado. Devido aos riscos associados, muitas clínicas optam por implantar apenas um embrião.
O que é estimulação ovariana?
A estimulação ovariana é um processo que por meio do uso de medicamentos aumenta a frequência de ovulação e aumenta a previsibilidade da ovulação em mulheres com ciclos longos e irregulares. Bem como, podem ser utilizados em técnicas de reprodução humana assistida, pois estimulam a maturação e a liberação de vários óvulos.
O que é congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos é um método para preservar os óvulos coletados dos ovários, para serem fertilizados posteriormente. A maior probabilidade de sucesso em programas de congelamento de óvulos ocorre se a coleta ocorreu antes dos 36 anos, mas, as taxas variam muito de acordo com outros fatores como a qualidade dos óvulos.
Na reprodução assistida nascem mais gêmeos?
Existe uma chance maior da gravidez gerada por meio da reprodução humana assistida ser de gêmeos se ocorrer a transferência de dois ou mais embriões em cada ciclo de transferência. Entretanto, se a transferência for de um embrião só, a taxa é semelhante à uma gravidez natural, portanto, é um equívoco dizer que há mais risco de gestação gemelar com a transferência de embrião único.
E, por ser uma gestação de risco, a regra de transferência embrionária na fertilização in vitro é regrada e controlada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e determinada com base na idade da paciente. As limitações são as seguintes:
- Transferência de, no máximo, dois embriões para pacientes com até 35 anos;
- Transferência de até três embriões nas pacientes entre 36 e 39 anos;
- Transferência máxima de quatro embriões nas pacientes com idade igual ou superior a 40 anos.
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