É possível escolher o sexo do bebê após FIV?

Enquanto muitos casais preferem manter a surpresa para a hora do nascimento do seu filho, outros desejam descobrir se o bebê é menino ou menina o quanto antes, seja por ansiedade, seja para planejar o enxoval.

Existem também aqueles que, estando em um ciclo de fertilização in vitro (FIV), se pudessem escolher o sexo do bebê, com toda certeza o fariam. A escolha do sexo da criança é um procedimento proibido no país. No entanto, em uma situação específica essa escolha pode ser feita. Continue lendo para conferir tudo sobre o assunto!

Escolha do sexo no Brasil

A escolha do sexo é uma técnica que, apesar de existir tecnologia suficiente para ser realizada durante a FIV, é proibida no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A proibição está prevista na resolução n° 2.168/2017, que trata das normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida.

Contudo, a resolução prevê uma exceção para a realização da sexagem fetal:

“As técnicas de reprodução assistida não podem ser aplicadas com a intenção de selecionar o sexo (presença ou ausência de cromossomo Y) ou qualquer outra característica biológica do futuro filho, exceto para evitar doenças no possível descendente”.

Isso significa que em situações em que é detectada uma grande chance de que a criança desenvolva doenças genéticas em razão do sexo, é permitido selecionar o embrião a ser transferido, de acordo com o sexo.

Quais doenças podem ser evitadas com esse procedimento?

As condições ligadas ao sexo normalmente são passadas geneticamente de pais para filhos e são mais frequentes em meninos. As doenças distrofia muscular de Duchenne (distúrbio degenerativo progressivo) e a hemofilia (desordem no mecanismo de coagulação do sangue) estão entre estes casos. As duas enfermidades são provocadas por genes defeituosos localizados em um dos cromossomos que determina o sexo de cada indivíduo (chamado de cromossomo X), mas a doença se manifesta apenas se o indivíduo não tiver nenhuma cópia saudável do gene envolvido.

Cada pessoa herda um cromossomo sexual do seu pai e o outro cromossomo da sua mãe. As mulheres carregam dois cromossomos X (um que foi passado pelo pai e o outro pela mãe) e os homens possuem um cromossomo X (passado pela mãe) e um cromossomo Y (herdado do pai).

Imagine que um homem e uma mulher saudáveis estão planejando ter um bebê e que, apesar de a mãe não apresentar a doença (Duchenne ou hemofilia), ela carrega uma cópia de um cromossomo X defeituoso. Lembrando que a criança irá receber um cromossomo sexual de cada pai, se esse filho for um menino, ele receberá o cromossomo Y do pai, e sua mãe irá passar seu cromossomo X saudável ou seu “X” defeituoso. Se esse menino receber o cromossomo X defeituoso, ele irá apresentar a doença.

Por isso, todos os filhos homens desse casal terão 50% de chance de manifestar a doença. Com as filhas meninas, a situação é completamente diferente. Todas as filhas irão receber um cromossomo X saudável do pai, que é suficiente para fazer com que a menina não tenha a doença, independentemente do cromossomo X que ela herdar de sua mãe. Mas essas filhas terão 50% de chance de carregar uma cópia do gene defeituoso, assim como sua mãe. A maneira mais simples para esse casal se prevenir de ter um filho com a doença é tendo uma menina.

Sendo assim, é possível realizar testes genéticos para detectar essas doenças durante a realização da FIV. Quando detectada a predisposição genética em um dos pais, o casal pode informar ao especialista em reprodução humana pelo procedimento e optar por realizar a sexagem e escolher o sexo do bebê para diminuir as chances de que seus filhos nasçam com esses problemas hereditários.

Como é feito o diagnóstico do sexo do embrião?

Na fertilização in vitro, após a coleta dos óvulos, eles são fecundados com os espermatozoides em laboratório.

Os óvulos fecundados irão se desenvolver em embriões e, antes de serem transferidos para o útero, terão uma célula retirada (biópsia) e analisada geneticamente. Assim, antes de a transferência acontecer, pode-se identificar quais são do sexo feminino e quais são do sexo masculino. Como o diagnóstico é feito antes de o embrião se implantar no útero, a técnica é chamada de diagnóstico genético pré-implantacional (PGD).

No Brasil, a escolha do sexo do bebê pode ocorrer somente nos casos de evitar a transmissão de doenças específicas.

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