Endometriose e Câncer: existe relação entre as doenças?
Postado em: 20/03/2023
A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva. Existem evidências que sugerem uma possível associação entre Endometriose e Câncer, especialmente o de ovário. No conteúdo de hoje vamos falar mais sobre esse assunto e trazer dicas para a prevenção desses riscos. Tenha uma boa leitura!
O que é endometriose?
A endometriose é uma condição médica em que o tecido semelhante ao revestimento do útero (chamado endométrio) cresce fora deste órgão, em outras partes do corpo. Geralmente, este tecido cresce na pelve, como nos ovários, nas trompas de Falópio (tubas uterinas), nos ligamentos que sustentam o útero, na bexiga ou no intestino.
No ciclo menstrual normal, o endométrio cresce e é descartado do corpo como parte da menstruação. No entanto, quando o tecido endometrial reflui para dentro do corpo e se implanta no tecido que alcançou pode causar inflamação, dor e outros sintomas.
Os sintomas da endometriose variam amplamente de mulher para mulher, e algumas podem não apresentar sintomas. Os sinais comuns incluem dor pélvica crônica, dor durante as relações sexuais, dor ao urinar ou defecar, sangramento menstrual intenso ou irregular e infertilidade.
Qual é a relação entre endometriose e câncer?
A endometriose não causa câncer, necessariamente, mas alguns estudos apontam que as mulheres com essa condição podem ter um risco ligeiramente aumentado de desenvolver essa doença. O tipo mais comum de câncer associado à endometriose é o ovariano, especialmente o carcinoma de células claras do ovário.
Estima-se que pacientes com endometriose têm um risco três vezes maior de desenvolver carcinoma de células claras do ovário em comparação com mulheres sem essa condição. Assim, é importante tomar cuidados para prevenir complicações.
Como prevenir e diagnosticar o câncer ginecológico?
O câncer ginecológico engloba os tipos de câncer que afetam os órgãos reprodutivos femininos, incluindo o colo do útero, o útero, os ovários, a vulva e a vagina. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para aumentar as chances de cura e evitar complicações, então confira nossas dicas a seguir.
Prevenção
A prevenção do câncer (em pacientes com ou sem endometriose) pode ser feita com as seguintes medidas:
- Vacinação contra o HPV: o HPV é um vírus sexualmente transmissível que pode levar ao câncer de colo do útero, vagina e vulva. A vacinação é recomendada para meninas a partir dos 9 anos de idade e para mulheres até 45 anos;
- Prática de sexo seguro: a utilização de preservativo nas relações sexuais ajuda a reduzir o risco de infecção por doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV;
- Exames preventivos regulares: o exame preventivo (também conhecido como Papanicolau) é fundamental para detectar alterações no colo do útero que possam levar ao câncer. Recomenda-se que mulheres com que já tiveram relações façam o exame anualmente;
- Dieta saudável e atividade física: manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regularmente podem reduzir o risco de câncer;
- Não fumar: o tabagismo é um fator de risco para vários tipos de câncer, incluindo o câncer de colo do útero e de ovário;
- Tratamento da endometriose: ao identificar um quadro de endometriose, é importante conversar com seu ginecologista sobre as indicações e as melhores formas de tratamento para o seu caso.
Diagnóstico precoce
Quanto antes um quadro de câncer for identificado, mais fácil será o seu tratamento. O diagnóstico precoce é favorecido com check-up ginecológico: é preciso fazer consultas de rotina com o ginecologista, realizando exames solicitados para avaliar a saúde.
Como tratar Endometriose para prevenir suas complicações?
Aqui estão algumas das principais formas de tratamento para prevenir as complicações da endometriose:
- Medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs): Estes medicamentos, como o ibuprofeno ou o naproxeno, podem aliviar a dor associada à endometriose;
- Hormônios: Os hormônios podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação da endometriose, inibindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero. Os hormônios incluem a pílula anticoncepcional, o anel vaginal, o adesivo transdérmico, o DIU hormonal, o tratamento com progesterona e os agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH);
- Cirurgia: Em alguns casos de endometriose, a cirurgia pode ser necessária para remover os tecidos afetados e restaurar funcionalmente a pelve. A operação é feita por laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva. A cirurgia pode ajudar a aliviar a dor, melhorar a fertilidade e detectar precocemente um câncer.
Embora a relação entre “ENDOMETRIOSE E CÂNCER” ainda não esteja totalmente clara, é importante que as mulheres com essa condição recebam um acompanhamento médico regular para monitorar possíveis riscos. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para a prevenção de complicações e a melhoria da qualidade de vida dessas pacientes.
Esperamos que tenha gostado do conteúdo. Não deixe de marcar sua consulta de rotina!
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