Endometriose e gravidez: quais os desafios e cuidados necessários para mulheres com a doença
Postado em: 03/05/2023
Uma das principais causas de infertilidade entre as mulheres, a endometriose afeta cerca de 10% da população feminina mundial, o que equivale a 190 milhões de mulheres e meninas em idade reprodutiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença vem geralmente acompanhada de cólicas intensas, dor durante as relações sexuais e menstruação intensa. Existem tratamentos que ajudam a controlar os sintomas e podem aumentar a taxa de fertilidade da paciente.
Continue a leitura para saber quais são os desafios e os tratamentos disponíveis para mulheres com endometriose.
Afinal, o que é endometriose?
A endometriose é caracterizada pela presença de células do endométrio (tecido vascularizado que reveste o interior do útero e é expelido durante a menstruação) em outras partes do corpo, como atrás do útero, nos ovários, nas tubas (trompas), no intestino ou até mesmo na bexiga. Assim como em outros locais mais raros como nos pulmões, umbigo, glândulas lacrimais já foram documentados. O motivo por trás dessa viagem pelo corpo continua sendo estudado pelos especialistas.
Mesmo estando fora do útero, o tecido endometrial mantém o seu comportamento: acompanhando as variações hormonais, torna-se mais espesso durante o ciclo menstrual e sofre sangramento ao final dele. O sangramento não ocorre em todos os locais onde o endométrio se instala, mas, de qualquer forma, essas alterações podem provocar inflamações nos órgãos a longo prazo.
Sintomas
Cada paciente vivencia a doença de uma forma diferente, mas alguns sinais costumam ser mais comuns como a cólica durante a menstruação (que não é um sintoma decisivo, mas pode indicar que algo não vai bem), sangramentos anormais (fluxo intenso e irregular é comum em 10 a 15% das pacientes), cólicas no meio do ciclo menstrual e dispareunia (dor durante ou depois da relação sexual).
As portadoras de endometriose podem apresentar dificuldade para engravidar — sendo que a enfermidade está associada a cerca de 40 a 50% dos casos de infertilidade entre as mulheres.
Pesquisas indicam que mulheres com endometriose estão mais propensas a desenvolver doenças autoimunes, como Tireoidite de Hashimoto, fibromialgia, baixa reserva ovariana e lúpus.
Causas
De acordo com os cientistas, as causas da doença são diversas e podem estar relacionadas à genética e ao sistema imunológico. Se a sua mãe ou a sua irmã foram diagnosticadas positivamente, seu risco é entre sete e dez vezes maior do que alguém que não é portador.
Algumas das origens genéticas estão ligadas aos altos níveis de aromatase (enzima que converte estrógeno, o principal hormônio feminino) ou às mutações que fazem com que as células do endométrio não morram, mas se proliferem ou aglutinem em outros locais do corpo.
Diagnóstico
O diagnóstico adequado do problema pode ser feito em cinco etapas, começando pela avaliação da história clínica e exame físico, que deve ser seguido por exames laboratoriais e de imagem. Após essas três avaliações, é feito o diagnóstico cirúrgico. Isso quer dizer que, através de uma laparoscopia, parte do tecido da endometriose será retirada como biópsia. Por fim, o médico poderá classificar o grau da doença de acordo com o sistema da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Cumpre esclarecer que a etapa cirúrgica nem sempre é necessária.
Para cada mulher há uma solução que a leva ao alívio da dor, à maternidade e a alcançar uma vida normal. O importante é que cada paciente seja encaminhada a um tratamento personalizado, que pode variar do hormonal ao cirúrgico, inclusive técnicas de reprodução assistida.
Tratamentos
O tratamento mais convencional envolve o uso contínuo da pílula anticoncepcional ou do DIU medicado para fazer o bloqueio hormonal, mas, para outras situações, recomenda-se o uso de alternativas que simulem a menopausa transitoriamente ou implantes hormonais.
Para casos graves, especialistas recomendam procedimentos cirúrgicos de raspagem do endométrio que foi para outros órgãos, principalmente se a doença já tiver afetado as atividades diárias da mulher e não regrediram com o uso das medicações.
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